terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sem motivos pra escrever, a vontade que tenho é de largar esses malditos remédios e dormir pra sempre.
O estranho é que eu escolhi a cor do quarto e agora ele me parece branco demais, frio demais, morto demais.
Queria pintar o mundo, escrever os amores, resumir os sentidos, mais essa tosse atrapalha tudo, não consigo me concentrar com esses malditos desmaios, há uns 20 dias viver era mais fácil.
Sinto falta dos meus amigos, são todos expulsos de casa, ninguém pode me vê, dentro do meu casulo, vou ficando mais magro, cada dia mais pálido, o mundo é mais colorido visto da minha janela.
Sinto falta de alguns abraços, de um beijo marcante, do som do violão, das conversas sem sentido, do cheiro do mar, é tudo tão recente e tão doloroso.
As palavras tão sumindo 21h00min, hora do remédio, meu controlador de vida, daqui a seis meses uma possível cura, daqui a seis meses uma possível vida.
Tenho todo esse medo de que não de tempo de abraçar um alguém, alguém tão importante, alguém que me fez tão bem em dois dias.
Agora preciso sair, voltar pra minha cama, meu corpo esta fraco pra ficar aqui, pra ficar em pé, mais daqui a seis meses tudo passa, e novas telas iram colorir o branco triste da minha prisão.
Em quanto alguns brincavam de ser boêmios eu levei a serio, e fiquei com a mais triste parte, mais meus sonhos tem cura.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ela queria amar, ele queria viver, foi ai que os dois se perderam no tempo.
Uma janela a convidou a conhecer o outro lado da vida, um copo fez com que ele se distraísse e tentasse esquecer.
Os dias que passavam traziam pra ambos a certeza do fim, pra ela só ele podia fazê-la feliz, pra ele o amor não é um sentimento real, se esquece.
Ela buscou na certeza das experiências passadas um pouco de conforto, já ele trouxe mais dor a tudo aquilo, ela confiava nele, ele nunca acreditou nela.
Queria poder conversar com os dois, queria poder assumir todos os erros, todos os medos, todos os traumas...
Mais não posso, não devo.
Ela me prometeu lutar por ela pra poder lutar por ele, ele achou melhor lutar por ele pra deixar outro sem amor lutar por ela.
O tempo que os trouxe, os afastou duas vezes, ela leva dele a felicidade de um fruto plantado dentro dela o amor mais puro do mundo, ele prefere se fechar em copas do que acreditar que um dia o tempo vai trazê-los de volta.
Eu dei pra eles a chance de serem felizes, e eles me retribuíram com o medo infantil de ferir o ser amado...
Um dia, mais cedo do que pensam eu volto ate eles dois, e dou mais uma chance, e dessa vez eles vão estar prontos pra amar sem medo.

Natália Rafaela.