quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O banco

Eu o vi sentado num banco olhando pro nada, seus olhos passeavam entre as pessoas, as arvores, seus olhos castanhos pairavam no nada.
Eu havia saído do trabalho naquele mesmo instante, louca pra olhar as belezas da praia, poucos tinham esse privilegio de na hora do almoço sair e da de frente com todo esse azul, mais hoje longe da correria do escritório eu imaginava o que tinha naquele olhar.
Fazia um pouco de calor, pensei por um instante que fosse chover, eu o ouvi suspirar, notei que tentava engolir o tempo, as mãos apertavam a perna, de longe sem conhecê-lo sabia que existia algo que o sufocava a alma, eu era uma jornalista e não uma psicóloga, mais algo naquele garoto, lembrava a Rafaela de 20 anos.
Quando seu celular tocou, pude notar que nada nem ninguém podia melhorar aquele momento, nunca saberei lhe explicar se ele queria que isso acontece-se, eu ouvi falar sem tirar os olhos do chão sobre uma dor, uma dor que só os adultos conheciam, falou de solidão, de rotina, citou um abismo o alguém do outro lado parecia mudo, parecia não estar ali.
Não vi uma lagrima, assim como nós adultos, aquele jovem não chora por isso, assim como nós adultos aquele jovem não arrisca pedir a mão, assim como nós adultos aquele jovem sofre sozinho, assim como nós adultos aquele jovem continua sem respirar o ar da praia que eu pensei sentir todos os dias.
Por isso estou lhe escrevendo faz anos que não podemos nos falar, o tempo nos engoliu, o tempo não nos deixa viver de verdade, assim que der prometo comprar uma passagem e ir lhe dar um abraço, estou lhe devendo um cinema e um chopp gelado, não esqueça de viver meu amigo, agora preciso voltar a trabalhar, sabe como é os adultos ainda não aprenderam a andar descalços pela beira da praia azul.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pensamentos 2

Não sou mulher de meias palavras, meios sentimentos, meios amigos, meias lágrimas...
Sou mulher que gosta de ter tudo por completo, quero um amor, uma dor, um amigo, um sonho, tudo por inteiro...
A minha intensidade é o ar que me faz viva...
Eu se fosse você continuava com a sua cerveja, pois essa é um tipo de bebida que nem com gelo e açucar vai se tornar mais leve.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Minhas figurinhas

Lembro quando os desenhos nas nuvens tinham mais graça, quando o nascer do sol sentada a uma calçada fazia algum sentido...
Lembro que fazer voz de criança e ser atrapalhada era um charme, que ser mais velha trazia um medo maravilhoso...
Lembro o por que do primeiro ser inesquecível, mesmo sendo pior que o segundo e o terceiro e...
Sentada em frente ao computador, olhe pro lado e vejo um céu escuro, nada de nuvens, estrelas, lua.. Nada, apenas uma escuridão contraditoria...
A garota de quase 20 anos, prende o choro pois precisa agir como a adulta, não me leia assim, nunca disse que sinto falta do passado, nem que ainda o vivo.
Mais quando olho pra esse álbum, enxergo as figurinhas velhas tão conservadas quanto as novas, nunca fui de me desfazer das coisas, nunca me esforcei pra apagar as lembranças.
Pode ficar tranquilo eu estou bem, mais hoje tive certeza que meus sentimentos foram os mais puros, abrir cada pacotinho e vibrei com cada nova conquista, mesmo que algumas viessem repetidas, tenho uma caixinha só pra elas, nunca fui muito fã de trocas então guardei caso fosse necessário um novo álbum...
Bem, hora da mudança, você sabe como eu odeio essa coisa de empacotar tudo, pra depois ter que desempacotar tudo de novo, algo sempre fica perdido pelo caminho, mesmo assim obrigado pela ajuda meu amigo, mais esse álbum pode deixar que eu levo na mão.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

pensamento 1

pequeno coração bobo
vermelho coração fraco
esqueça-o ele não quer fazê-lo pulsar
ele não quer vê-lo continuar
ahhh pequeno coração bobo...