terça-feira, 31 de agosto de 2010

Era engraçado como eles tinham a mesma vontade de viver, era uma paixão sem freios, tudo tão intenso, muito parecida com a minha por chocolate;
Ele eu conhecia a mais tempo, cara legal, bom amigo, imprevisivel, um otimo gosto pra musicas e mulheres, sim as mulheres, até onde me lembro ele nunca teve realmente ninguém, mais elas queriam ele sempre, mais ele nunca se importou;
Ela era bonita do jeito dela, nada chocante, nada comum, calma e sincera, bastante sincera, ria do seu dedo podre pra garotos, sempre tentando de novo, o fim e o começo era muito pratico pra ela;
Não lembro se conheceram, sei que as qualidades dela, era os defeitos dele e vice-versa, imcompativeis, mais mesmo assim sabiam ser felizes;
Ninguém sabia o que eles tinham, ela deixava ele falar, ele querer, pronta pra satisfazer os seus desejos, gostava de dar a ele vida, lhe enchia de doces de duvidas, a incomodava sua falta de objetividade, já ele se confundia, se complicava, mais sempre se corrigia e ria, da maneira dele a envolvia e gostava quando ela alimentava seu ego, no fim nem eles sabiam o que eles tinham;
Não discutiam, enjoavam um do outro e sumiam, era assim, sem muitas explicações, sem razões, uma loucura deliciosa;
Nasceram no mesmo ano, ela era meses mais velha, mais era incrível como pareciam anos, assim como eu e tantos outros, ele se hipnotizava por suas experiências, suas viagens, amores e quedas, um dia ela me disse que se encantava da falta disso nele, da falta dos riscos, da maneira como ele se guardava pra ele;
- E agora? Você os viu, preciso entregar esses documentos e não os acho em lugar algum.
- Ah! Era só isso? Devia ter dito, ele mora na casa azul, ela no apartamento 305 a esquerda, como de costume ele deve ta dormindo agora, ela recebendo alguns amigos.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tudo já foi dito, então me encontro neste bar tentando escrever qualquer trecho que faça sentido a um poema, um conto, um ensaio...
Que faça sentido a algo...
Um bloco de notas verde, uma caneta de cor azul, duas cervejas e três cafés, um silencio que se choca com o bater de talheres, copos e pratos enquanto se arrumam no balcão, ninguém ao redor...
Na radiola, uma sequência perfeita dos Beatles, não chovia, la de dentro não via o sol, mais sentia o seu calor em qualquer outro momento a situação estaria perfeita, mais depois de 4 folhas rabiscadas, a inspiração parece fugir...
Ou melhor, parece não existir...
Falar de amigos, de amores, de sexo ou simplesmente ilusão, tudo caminha bem, mais como qualquer outro amor, sinto a vontade correr nas minhas veias, vejo o tempo passar e tudo vai com ele...
De longe a melodia perfeita, Echoes, era tudo que eu precisava ouvir, apenas um trecho “And do I take you by the hand...” e já sei o que dizer... Mais uma cerveja, o bar começa a encher, o mundo volta a girar, então volto pra casa e te aviso o que aconteceu, não precisa dizer nada “Cloudless every day you fall upon my waking eyes”.

sábado, 21 de agosto de 2010

- O que você ta fazendo?
- Olhando pro teto e rindo das suas idéias estranhas.
As coisas ficam mais divertidas, quando você não me deixa falar, os assuntos parecem despertar de todos os lados, nessas horas esqueço-me de meus dias e idéias.
Cheio de interrogações, cada dia um novo mundo, a cada novo mundo novos moradores e eu sempre querendo mais desse seu tudo.
O carinho é algo desejado a tanto tempo e quando acontece vem de uma forma desconcertada, parece que somos crianças, prefiro crer no verdadeiro a imaginar que tudo é uma ilusão pensado e planejado pra mais uma diversão.
Lógico que às vezes enjôo de você, esse seu ar rock roll choca com o meu alternativo, pra evitar atritos sumo, mais logo sinto falta desse seu jeitão quieto e lindo.
- Nunca imaginei que alguém pode pensar tanta coisa enquanto olha pro teto.
- Não, não, foi olhando e ouvindo você que eu pensei tanta coisa.