segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Eles passaram por mim varias vezes e nem notavam que eu os desenhava enquanto riam de algo engraçado ou nem tão engraçado assim, mais existia ali algo que fazia aquela ligação parecer mais forte, eu não os conhecia mais já os admirava.
O primeiro tinha um rosto diferente, parecia um pouco mais objetivo que os outros três ficava claro que em algumas horas lhe faltava paciência, o segundo o mais menino de todos eles tinha um ar gentil conquistava com o olhar, o terceiro meio desastrado maior que os outros não tinha muitos limites parecia querer sempre fazer os outros sorrirem, o quarto e o ultimo era com certeza o mais urbano de todos eles, sua aparência chamava atenção das garotas presentes ali.
Eu não sabia o que pensar ao ver todo aquele afeto que eles demonstravam, podia ser rotina ou não, podiam se conhecer a décadas ou apenas há um dia, mais algo dentro deles deixava o ar mais leve.
Continuei ali parada, com meu tablado rabiscando traços procurando a perfeição daquele momento já tinha costume de sentar naquele mesmo branco e desenhar as pessoas que me chamavam a atenção mais por que com eles nada saia tão grandioso quanto à cena que eu via?
Pensei em levantar, pedir explicação, falar que eles estavam me deixando nervosa, depois me conti, sabia que estava pensando demais naqueles garotos, mais já eram homens, responsáveis, era claro o ar de cansado no rosto de cada um... E estavam ali em plena segunda-feira conversando, dentro deles havia um menino que nunca vai morrer,
estava claro.
Virei o rosto e resolvi rabiscar um outro desenho, algo sem tanta importância, um deles veio em minha direção perguntou se eu tinha um isqueiro emprestei, acendeu um cigarro agradeceu, viu uns desenhos no chão, elogiou, saiu. Continuei nas minhas flores e arvores e hora por outra levantava o rosto estava tarde e eles ainda estavam ali, podiam ser casados, ter filhos, mais pareciam não se preocupar muito com o mundo, aquilo era mais importante naquele momento.
Naquele banco eu pude conhecer de longe umas das maiores lições de amizade, uma amizade que permanece fiel depois de tanto tempo e diferenças, eles nunca vão se lembrar de mim, não devem nem ter notado a minha presença, mais eu os vi e reconheci que nada é mais forte que o amor que sentimos por outra pessoa: um pai, uma mãe, um amigo... Sim um amigo por que não? Com as mesmas qualidades ou não, alguém que nos complete, que nos conforte.
Pode ser que amanhã ou depois eles nunca voltem a se encontrar mais vão sempre lembrar daquela noite de segunda-feira em que foram felizes por poucas horas, apenas por terem encontrado o outro pedaço que faltava em tantos dias.



" Dedico esse texto a Jailson, Iuri, Isaac e Arthur,
um grupo de quatro amigos que mal conheço e que
me arrancaram lagrimas ao escrever tudo isso,
admiro hoje e sempre admirarei a beleza simples
que brota dessa amizade".






Natália Rafaela.

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