quarta-feira, 22 de setembro de 2010

São 3:15 da manhã, a subida tinha sido tranqüila e cansativa, largar o carro em um hotel no começo da estrada foi uma idéia diferente, talvez fosse necessário subir a serra a pé, mais o frio nessa época do ano estava cada vez pior.
Mesmo de madrugada a vista pras montanhas continuava encantadora, tudo permanecia no mesmo lugar da última vez, as cadeiras, os livros, tudo, tudo.
A viagem foi tão longa, mesmo assim não havia cansaço no corpo, mais sim na alma. Bem agasalhada, com uma caneca enorme de café próxima a janela, em casa um filme pronto e bem aceito pelos produtores, tudo caminhando tão bem, mais largada nesse sofá sentia aquela sensação esquisita.
Andava tão ocupada com o trabalho, não encontrava tempo nem pra respirar ou pensar, vai vê era verdade, agora eu to aqui e não tenho com quem dividir essa sensação de liberdade que começa a invadir meu peito.
Há alguns anos comentei sobre fugir dessa loucura, acabei me acostumando a ela, estou disposta a ser feliz, mais não sei por onde começar, por isso to te ligando, achei que você iria gostar de discutir sobre musica, teatro, cinema... comigo, você sempre tem tempo pra viver... Alô? Alô? Você ainda ta na linha? Alô?
-To aqui sim e antes que você me convidasse, eu vim... Trouxe uma pizza e cobertores, você é tão esquecida, sempre esquece do principal.

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