quinta-feira, 29 de abril de 2010

E quando ele se foi senti o desejo dentro de mim, parecia que ele estava ali, forte.
Havia tomado um, dois, três banhos, ainda conseguia enxergar suas mãos abrindo as minhas pernas, invadindo o meu mundo não tão secreto, mais ainda sim meu; homem.
Meu príncipe era um ordinário plebeu, chegou ganhando espaço, um charme que brotava dos seus profundos olhos castanhos, tomou-me a mão, em troca dei-lhe uma contra dança, em troca dei-me.
Foram poucas as palavras, sua boa quente marcava a minha nuca, era um erro, era bom.
Mãos grossas, mãos firmes, agarraram os meus cabelos, desenhou com as pontas geladas dos seus dedos todo o meu ser.
Hálitos quentes, gemidos fortes, parede e chão, eu deveria parar, eu conseguiria parar, mais eu não queria e de repente parou, ele havia despejado todas as suas intenções dentro de mim, vestiu-se, atacou os sapatos, sobre a camisa de linho branco, um smoking negro, um beijo na testa e o vazio daquele aposento.
Só na escuridão daquele quarto, eu estava nua, crua e só.

- e como se chamava?
- não sei. Só lembro dos seus profundos olhos castanhos.




Natália Rafaela.

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