quinta-feira, 10 de junho de 2010

E quando menos esperava achei o incomodo adulto dentro da menina que você tanto adorava;
O tempo voltou a passar depressa era a hora de parar, é eu sabia que ia acontecer, mais por que tão cedo?
Confesso que chorei um pouco, o corpo frio, a boca seca, alguma coisa sufocava o meu peito;
Sai assim, desconsolada, despreparada, eu nem sabia o que ia senti lá fora;
Sentada num banco, reconheci desfilar todos os covardes personagens que eu havia inventado os quatro amigos na praça, o homossexual confuso, a adolescente estuprada;
Foi dessa maneira que eu te encontrei, dei-me conta quando subia as escadas, revirando os papeis, era você nas duas cartas, era você na vontade de experimentar amar, era você no fim trágico da moça de semblante triste, era sempre você;
Perturbada derrubei prateleiras, queimei cadernos, fazia o que eu mais desprezava, escrevia sobre mim, escrevia sobre você, escrevia sobre um nos inexistente;
Agora aqui deitada sobre lençóis verdes, amargo a derrota do corpo e da alma, era normal, tudo que eu via, era tão dele, tanto esforço, nunca nem notou;
Uma aspirina, muito sono, apague a luz quando sair pode deixar o disco de Janis tocar, antes que acabe eu já vou ter adormecido.

2 comentários:

  1. Cacau, Juninho & Beto10 de junho de 2010 às 09:53

    não sabi que ia ser assim quando vc falasse
    de vc, pensei em algo doce e belo...
    pensei em borboletas, a gente aprende a te
    amar todos os dias...
    vai passar pequena morena,vai passar.

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  2. por falar em janis, comprei seu lp...
    por falar em amor, arrisque mais e pense menos...

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