sábado, 16 de outubro de 2010

A paz dos meus 18 anos.

Da primeira vez que eu o vi, tinha acabado de completar 18 anos
ele usava uma blusa preta, bermuda e havaianas, tinha os cabelos longos e cacheados
presos, fumava, bem comunicativo, no primeiro instante não senti absolutamente
nada, era como conhecer mais um amigo de Giu.
Marcamos de ir a um bar, fomos pra casa, banho, ele agora usava uma regata cinza, ainda de bermuda e sandália, os cabelos soltos, não o vi, simplesmente não o vi.
Entre conversas, uma mistura de sotaques, eu pernambucana, ele carioca, notei
que ele tinha um sorriso doce, uma inteligência extraordinária, dessa vez
eu enxerguei além daqueles olhos mel, reconheci o ser.
O primeiro beijo, foi anunciado por mensagem de texto, não sabia nem como me comportar,
lembro da sua mão em minha cintura, e daquele beijo doce, que fazia o corpo inteiro levitar, nunca antes havia provado um beijo que despertasse todos os sentidos.
Abraçados ali, rimos como duas crianças bobas, que acabam de fazer uma trela, estávamos plenos.
A noite parecia infinita, longe do bar, caminhávamos pelas ruas, tentando encontrar pessoas, nenhum bar aberto, nada, nada, tomávamos uma Antártica quente, fazia um calor tremendo aquela noite, voltamos pra casa, ele havia deixado o carro longe e resolveu pegar depois, eu e giu caminhávamos com ele, na despedida ela foi primeiro, eu fiquei, prometi não demorar, queria descobrir mais.
Sentamos na calçada em frente ao prédio,e falamos, nada de beijos, de abraços, falamos, paixões por cinema, música, filosofia, jogos de rpg, discordamos sobre cores, julgamos o mundo, em alguns momentos olhamos as estrelas, surgiram elogios e pedidos de nunca partir, ás 8 da manhã, ele me deixou no portão do prédio, o sono venceu nossa vontade de continuar ali sentados, enquanto subia a escada, sentia a leveza, sentia o coração acelerado.
No outro dia sai de Irajá, pegamos um metro e ficamos numa praça, me despedi de alguns amigos, era hora de voltar pra casa, dançamos, rimos, passamos juntos aquela noite a única que tivemos, um desejo de não ir, de ficar pra sempre naqueles braços, de sentir pra sempre aquele cheiro bom.
Dentro do avião, senti uma dor, que me fez chorar muito, uma parte tinha ficado, uma parte nunca voltaria, era ele.
Hoje depois de quase 2 anos, eu sinto o sentimento mais puro que um ser pode sentir e quem quiser que duvide de minhas palavras e quem quiser que não ligue, não importa, um dia estaremos juntos de novo, um dia sentirei a paz dos meus 18 anos.

Um comentário:

Outros pensamentos