segunda-feira, 7 de junho de 2010

Chovia um pouco aquela tarde mais não incomodava, manchava meus óculos, tudo bem;
Todos os dias eu passava por aquela mesma rua, era calma, tinha umas casas antigas, bonitas, nunca imaginei senti aquilo tudo ali;
Havia muita gente, se não houvesse um ruído de choro tão forte, existiria o mesmo silencio cotidiano;
Aproximei-me daquela cena que me lembrava uma pintura antiga vista em algum filme, reparei uma moça bonita abraçada com um rapaz que devia ter seus 22 anos, alguns livros e cadernos espalhados, a chuva não parava;
Posicionada ao lado esquerdo, sentada na escadaria de uma casa verde, vi a moça de semblante triste levantar seu olhar e reparar os espectadores, foi quando ela beijou a testa do rapaz que descansará ali, alisou seus cabelos, entre lagrimas eu a vi gritar pra todos, quebrando mais uma vez o silencio, quebrando tudo;
Eu o amava, era o meu amigo, mais eu amava, respeitava os seus sonhos, suas melhores ambições, discordava de algumas coisas, mais eu o amava, essa tarde íamos ao cinema, ele nunca soube como me fazia bem a sua presença, ele nunca soube como eu queria tê-lo ao meu lado sempre, ele nunca soube do meu amor, do meu ciúme, do meu desejo, por que eu esperei o tempo passar, eu esperei ele enxergar, não deixaram eu dizer que eu o amava;
Aquela declaração invadiu a minha mente, rasgando a minha frieza, destruindo toda a certeza que eu construía durantes longos 20 anos;
A chuva aumentava, os curiosos desapareciam, vi quando uma ambulância levara o garoto dali, a vi recolher os papeis, cadernos e livros sozinha, algumas pessoas tentavam lhe dizer algo, ela os ignorava, nem me viu, não me notou, não notou nada;
Sai dali peguei meu ônibus, molhada, atrasada, não sabia no que pensar, se não houvesse largado a tanto tempo, acenderia um pra passar o frio;
Bem desculpe chegar assim tão tarde, desabafar assim, só tive medo que não desse mais tempo, nunca sei quando vou encontrá-lo, obrigado por existir, obrigado por fazer que eu me sinta assim, bem;

Um comentário:

  1. Eu me apaixono intesamente por tudo que
    voce escreve minha velha amiga seguindo
    a sua propria linha de raciocinio acho que ta
    na hora de vc desbafar

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