quinta-feira, 8 de abril de 2010

Meu super tio.

Eu o admirava de longe, um sorriso encantador, aquele jeitão todo andando pra lá e pra cá, simpático e feliz.
Era a mesma idéia de criança, o super homem, um super tio, os heróis não morrem, os heróis não sofrem.
As festas elas ficavam, mas animadas com as suas brincadeiras, os dias eram mas bonitos, não adianta falar nada, se ele sorrir tudo muda.
Ao acordar de um pesadelo notei que faltava algo dentro de mim, um pedaço que ninguém perguntou se podia levar, mas ele sempre chegou e saiu quando quis, suas visitas eram motivos de risos e abraços, ele sempre chegou e saiu assim, de repente.
Recordo do garoto que carregou a menina escandalosa no braço, do homem que viu a sobrinha triste e sorrindo disse que ela ficava, mas bonita quando não chorava, do amigo que aconselhou a ter cuidado quando confiar demais nas pessoas.
E quando pensar em você vou lembrar do seu sorriso, vou lembrar de como era bonito, de como me fazia bem a sua presença, lembrarei sempre de como me fez bem em tudo e com tudo, meu super homem, meu super tio.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Parada em frente a mesma porta, dividia entre o não e o sim, saio levando o talvez, pra quê arriscar? Outros farão isso por mim.
As ruas sempre movimentadas, o transito um caos, já são 8:00 da manhã e não há nada diferente,tudo bem.
Um café, um cigarro, jornal dentro da pasta, dentro do escritorio, rotina, a mesma de 4 anos, então por que o incomodo?
Não me sinto bem, saio pra almoçar e volto pra casa, prefiro assim, hoje o dia está tão frio, nem sei o nome do meu vizinho, isso agora me soa tão seco, tão improprio, triste.
Um banho e cama, meu corpo pedia repouso e ainda era segunda-feira, já deitada ligo a tv, analiso bem os canais, nada de interessante, ligar pra alguém talvez fosse a melhor saida, mas quem? Não existe ninguem.
Ali deitada noto que ainda sei chorar, noto que ainda sei sentir e tenho medo disso, medo por não ter colo, medo por não ter nada.
Criei traumas na minha mente, alguns reais, nada que merecesse tanta importância, já outros era o puro medo de arriscar.
Sinto falta do não ou do sim, é tudo tão vazio aqui dentro, meus sonhos e ideias se perderam com o tempo, por medo de cair, por medo de perder.
O mundo la fora girava e aqui dentro ta tudo tão parado e por que eu gostava disso?
A noite vem invadindo a minha janela, olho no espelho e não enxergo nada, alguns novos traços talvez, eu era tão bonita, eu era tão viva, hoje não sobrou nada.
Ainda deitada, sinto sono, sinto dor, a dor de um nada dentro de mim.
Ao acordar amanhã, irei escolher entre o sim ou o não, nunca é tarde pra sentir.

domingo, 28 de março de 2010

“Nada de pensamentos complexos” ele disse, eu fiquei ali muda, parada naquele sorriso encantador e entre alguns tantos copos de uma bebida ruim, me senti leve e dominada por suas mãos firmes.
Ele tinha virado alguém, e eu estava presa a um momento, uma conversa agradável que durava horas, por um instante notei que ficava tensa quando percebia que seus olhos invadiam os meus, tenso.
Sempre soube o quão ruim era agir sobre pressão, costumava negar qualquer informação nessas horas, e tudo que eu sentia ali me pressionava tudo que eu via me deixava cada minuto, mas tensa.
Recordo de frases ditas sem sentido, de sorrisos dados no momento errado, ainda sinto a sua mão passando entre meus cabelos, um carinho puro, um carinho bom.
Entre os gigantes corredores, lembro do seu caminhar calmo de passos leves, da voz engraçada, do abraço e das brincadeiras, eu observava tudo de longe, ele nem notou, tudo bem.
Foram dias pensando em falar algo, qualquer coisa que fizesse sentido dessa vez e o tempo foi passando, foi passando lento e de repente eu o vi ao longe, era ele sim, ninguém conhecia melhor aquele andar, distraído e bonito, nunca soube o que passava dentro daquela cabeça, se ele tinha medo, se ele sentia dor, era apenas ele, leal a suas escolhas, leal ao seu modo de viver

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sem motivos pra escrever, a vontade que tenho é de largar esses malditos remédios e dormir pra sempre.
O estranho é que eu escolhi a cor do quarto e agora ele me parece branco demais, frio demais, morto demais.
Queria pintar o mundo, escrever os amores, resumir os sentidos, mais essa tosse atrapalha tudo, não consigo me concentrar com esses malditos desmaios, há uns 20 dias viver era mais fácil.
Sinto falta dos meus amigos, são todos expulsos de casa, ninguém pode me vê, dentro do meu casulo, vou ficando mais magro, cada dia mais pálido, o mundo é mais colorido visto da minha janela.
Sinto falta de alguns abraços, de um beijo marcante, do som do violão, das conversas sem sentido, do cheiro do mar, é tudo tão recente e tão doloroso.
As palavras tão sumindo 21h00min, hora do remédio, meu controlador de vida, daqui a seis meses uma possível cura, daqui a seis meses uma possível vida.
Tenho todo esse medo de que não de tempo de abraçar um alguém, alguém tão importante, alguém que me fez tão bem em dois dias.
Agora preciso sair, voltar pra minha cama, meu corpo esta fraco pra ficar aqui, pra ficar em pé, mais daqui a seis meses tudo passa, e novas telas iram colorir o branco triste da minha prisão.
Em quanto alguns brincavam de ser boêmios eu levei a serio, e fiquei com a mais triste parte, mais meus sonhos tem cura.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ela queria amar, ele queria viver, foi ai que os dois se perderam no tempo.
Uma janela a convidou a conhecer o outro lado da vida, um copo fez com que ele se distraísse e tentasse esquecer.
Os dias que passavam traziam pra ambos a certeza do fim, pra ela só ele podia fazê-la feliz, pra ele o amor não é um sentimento real, se esquece.
Ela buscou na certeza das experiências passadas um pouco de conforto, já ele trouxe mais dor a tudo aquilo, ela confiava nele, ele nunca acreditou nela.
Queria poder conversar com os dois, queria poder assumir todos os erros, todos os medos, todos os traumas...
Mais não posso, não devo.
Ela me prometeu lutar por ela pra poder lutar por ele, ele achou melhor lutar por ele pra deixar outro sem amor lutar por ela.
O tempo que os trouxe, os afastou duas vezes, ela leva dele a felicidade de um fruto plantado dentro dela o amor mais puro do mundo, ele prefere se fechar em copas do que acreditar que um dia o tempo vai trazê-los de volta.
Eu dei pra eles a chance de serem felizes, e eles me retribuíram com o medo infantil de ferir o ser amado...
Um dia, mais cedo do que pensam eu volto ate eles dois, e dou mais uma chance, e dessa vez eles vão estar prontos pra amar sem medo.

Natália Rafaela.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

São 19 anos de vida... Pouca coisa? Pra alguns sim, pra mim o suficiente pra comparar a minha vida com uma montanha russa, assustadoramente interessante.
Podia começar agradecendo a todo mundo que fez parte, que mudou minha trajetória, mais assim todo mundo faz...
Quero voltar pro Rio de Janeiro, não que Recife me faça mal, ou que não tenha me ensinado nada, mais encontrei no Rio uma maneira verdadeira de viver a vida, uma forma assustadora de realizar meus sonhos, e os amigos? Os familiares? Nunca esquecerei de ninguém mais quero ir e poder ficar, não tenho vontade de voltar, quero criar meu mundo lá, quero poder fazer historia.
Curso de cinema e fotografia é o que mais tenho vontade de fazer, explorar meus conhecimentos, meus sonhos, explorar minha capacidade de criar e construir distribuir arte.
Montar um grupo de críticos, amigos que se encontram que abandonam seus vícios, seus amores, e lá dentro são só suas idéias, pessoas anônimas, que estão ali pra discutir, pra conhecer e distribuir tudo que sabe, o conhecimento nunca é demais na vida de qualquer ser humano.
Esperar resultado do vestibular entra na faculdade que sonho, que vontade louca de fazer um curso superior, mais isso eu já pude interferir agora infelizmente é só esperar, maldita ansiedade.
De amor eu to bem, encontrei alguém que me completa, que eu posso contar, alguém que sempre divide comigo os sonhos, a vida, eu só devia me esforçar mais, como parceira, como amiga.
Morar só, é isso é fato, viver sozinha, minhas regras, meus gostos, minha casa, independência, mais pra isso vem o outro ponto, arrumar um emprego, crescer financeiramente antes de ser independente.
É tudo que falta pros próximos 19 anos que estão por vir, nada de mais, só coisinhas que todo mundo devia ter.

Natália Rafaela

sábado, 16 de janeiro de 2010

Inconscientemente desejamos nunca ter respostas pra nossas perguntas, tudo ficou tão sem graça quando descobrir o porquê que o céu azul, ou como os filhos são feitos. Infantilidade? Talvez.
Os sentimentos fazem parte dessa lista de duvidas constantes, no amor julgamos o porquê das mãos frias, as palavras que somem da boca, até do rosto avermelhado, na amizade questionamos como se deposita tanta confiança, o rir de piadas sem graça, a saudades quando se afasta por tanto tempo, na raiva o motivo é mais forte a vontade de querer bater e matar alguém, de desejar que o teto caísse em sua cabeça, quanto mais se deseja, mais se pergunta o porquê de tanta duvida sobre tais sentimentos.
Então me pergunto como seria viver sem elas, nada de respostas todos saberiam o que pensar, como agir, não aprenderíamos, não viveríamos, seria tudo tão igual e sem graça, seria como o meu céu azul, aquele que eu descobrir o porquê de sua cor.
Minhas duvidas me fazem ter certeza de que viver sem elas é parar de pensar.

Natália Rafaela