sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lençóis.

Os lençóis da cama estavam quentes, assim como meu corpo, assim como as lembranças...
Os dedos passeavam pela boca, pelos seios, pela barriga, entre as pernas...
A cada movimento os olhos lentamente se fechavam, o mundo se cobria de cores fortes, a falta de ar embriagava os sentidos...
As mãos apertavam com força, os pes se torciam confusos, o corpo empinava-se e voltava a cada nova situação...
Tudo torna-se confortável, banheiro, quarto, sala, chão...
Parar? Não agora, não me faça pensar, só preciso saber, só quero sentir passear, entrar, sair, brincar...
A voz é rouca, as frases são curtas, o momento esta propicio a todo e qualquer movimento...
Use de todo o dom, não se preocupe, não vou ligar, quero lhe vê ali, deitado entre os lençóis verdes e quentes do meu quarto, da minha memória.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Digamos.

Digamos que eu sinta, que eu queira, que eu me encante...
Digamos que eu tenha medo, que arriscar pode ser o fim, que eu vá levando assim...
Digamos que eu finja mal, que você já tenha notado, que é tudo bem engraçado...
Digamos que vai passar, que jaja aparece alguém, que tudo vai voltar a ser o que era...
Digamos que eu me ache boba, que eu me ache nova, que ache tudo deve vim no seu tempo...
Digamos que eu esteja pronta, que eu queira muito, que eu arrisque tudo...
Digamos que eu possa, que você também queira, que tudo vá da certo...
Digamos que...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CHOCOLATE BRANCO

Olhe bem, quero lhe contar uma pequena historia, sobre certo alguém que eu conheci a alguns anos;
Poderia lhe falar sobre seus amores, dissabores, aventuras e dramas, mais tudo isso já foi dito por outros, minha meta é criá-lo pra você a partir do que ele é pra mim;
Nem lembro bem como tudo começou, nem sei se vai ter fim, mais o meio que liga esses dois pontos é ainda claro na minha mente;
Um ser cativante, um ser belo e acima de tudo um ser que desperta curiosidade, confesso em alguns momentos ter raiva dele por isso;
Nas situações mais tristes que foram poucas, eu encontrei a serenidade de um homem maduro que esta mais disposto a ouvir do que falar, fazendo com que a própria pessoa encontre a saída, mais isso é por que ele já tem 32 anos;
Os momentos felizes é regado por leveza e simplicidade, nessas horas eu encontro a criança, o adolescente, o bobo da corte, o humano que ilumina tudo e todos, sem pensar no amanhã, ele vive o momento por completo, sem ter medo do que vão achar por ele ser ele;
Admito que a principio meu desejo era ver de cima e não de dentro, mas as vezes deixamos de fazer ou falar algo por receio, então me desprendo do metódico e confesso o quão importante é lhe mostrar agora as linhas que montam essa pessoa;
Passaria dias enumerando qualidades e tentando entender os defeitos, conheço o seu poder de percepção mais mesmo assim, de nada adiantaria, pois nada que eu fale será igual ao que sinto ou ao que eu vejo;
Pois bem meu caro não quero tomar mais a sua atenção, mais faça um último favor a esse velho amigo, se o encontrar em algumas dessas esquinas, lhe mostre esse rabisco e fale da minha saudade e admiração, melhor que todos ele vai entender.
Natália Rafaela.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

É bom parar e olhar assim pro nada, sentir o vento, o barulho do mar,
uma noite sem lua, mas não deixa de ser bela;
Sexta-feira, dia de agitação pelas ruas de Recife, bem hoje faltou
animo pra tanto movimento, to no momento de sentir;
Ultimamente ando sugando cada movimento da vida, um de cada vez;
Se você olhar bem pro céu, se impressionara com a valsa das nuvens,
iluminadas por minúsculas bolinhas faiscantes;
Vendo uma coruja pousar perto das pedras, me pergunto como se perde
tanto tempo com os problemas banais, onde eu estava que não sentei aqui;
Papel e caneta e o meu nada ao redor, sinto uma leveza mágica, podia
ligar pra todos aqueles de que gosto, mais quem enxergaria com meus olhos?
Amanhã é outro dia, pode ser que chova, se não, vou sentir o calor do sol
penetrar os meus poros e aquecer os meus sonhos mais belos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Olhar as pessoas ao redor, vai alem do imaginar, esta mais
no sentir do seu jeito;
Conhece-las é parar e analisar, palavras, gestos, atos e fatos,
mistura-las e bebe-las de uma única vez, mesmo que nem sempre
o gosto seja agradável;
Tente enxergar pelos meus olhos, se apegue ao mais puro sentimento
humano e decifre os passos que vagam desconhecidos sobre a madeira solta
do tempo;
Tento lhe explicar que o especial não é só aquele que faz o seu coração
bater mais forte ou o que o faz tremer e viver eternamente aquele
momento, o especial é aquele que lhe desperta o menor sentir;
Amigos, amores, rivais, desconhecidos... Os perceba, os analise e
por fim os recrie;
Sim, é possível admirar um ser mesmo que só tenha sido trocado poucas palavras,
é possível sem olhar nos seus olhos entender o outro e o quere-lo bem;
Conheci um em especial, que pensem o que quiserem é o resumo de tudo que
eu tento lhes explicar;
Parecido e diferente de mim, das maneiras mais extraordinarias, eu me sinto bem...
Sei o que alguns de vocês imaginam, mais não estou a falar de paixão, desejo
ou coisa do genero , não. Apenas analiso esse ser que assim como alguns outros
é especial;
Não se iludam meus caros, o ser humano pode muito mais do que
escrever sobre amor e dor;
Esqueçam o óbvio e enxerguem o belo do pouco oferecido...
Nem sempre é preciso olhar nos olhos, pra se perceber que tal pessoa
lhe faz bem e nada mais.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

São 3:15 da manhã, a subida tinha sido tranqüila e cansativa, largar o carro em um hotel no começo da estrada foi uma idéia diferente, talvez fosse necessário subir a serra a pé, mais o frio nessa época do ano estava cada vez pior.
Mesmo de madrugada a vista pras montanhas continuava encantadora, tudo permanecia no mesmo lugar da última vez, as cadeiras, os livros, tudo, tudo.
A viagem foi tão longa, mesmo assim não havia cansaço no corpo, mais sim na alma. Bem agasalhada, com uma caneca enorme de café próxima a janela, em casa um filme pronto e bem aceito pelos produtores, tudo caminhando tão bem, mais largada nesse sofá sentia aquela sensação esquisita.
Andava tão ocupada com o trabalho, não encontrava tempo nem pra respirar ou pensar, vai vê era verdade, agora eu to aqui e não tenho com quem dividir essa sensação de liberdade que começa a invadir meu peito.
Há alguns anos comentei sobre fugir dessa loucura, acabei me acostumando a ela, estou disposta a ser feliz, mais não sei por onde começar, por isso to te ligando, achei que você iria gostar de discutir sobre musica, teatro, cinema... comigo, você sempre tem tempo pra viver... Alô? Alô? Você ainda ta na linha? Alô?
-To aqui sim e antes que você me convidasse, eu vim... Trouxe uma pizza e cobertores, você é tão esquecida, sempre esquece do principal.

sábado, 18 de setembro de 2010

E quando vi, os dias viraram tardes e as tardes noites
o mundo girava num passo mais lento, sentei no chão
tive medo de tropeçar no vento...
Fechei os olhos, tentei adormecer naquela calçada fria
não existiam passos, nem cheiros, tudo estava mudo...
Tentei focar em algo, abri os olhos ainda deitado, levantei
os papeis corriam pela cidade, as casas estavam fechadas, tive a sensação
de que não havia vida em lugar nenhum...
Parei numa praça, tirei os sapatos, precisava sentir a grama gelada entrar por
entre meus dedos...
Então como uma criança perdida, larguei a cabeça no meio do joelhos e chorei,
uma sensação nova invadia o meu peito, havia tempos em que ser humano exigia tempo
e modos, agora ali sozinho, eu podia ser eu...
E como magica, a lágrima, virou sorrisos e como se nada pudesse atrapalhar
eu fui feliz, mesmo que dentro do meu sonho eu fui feliz...